Imagine alguém que fale coisas variantes, imprevisíveis, até contraditórias; alguém cujas ideias dançam ao sabor das situações ou do humor. Diz-se, acertadamente, que essa pessoa é incoerente. E, assim como na Física ondas "fora de fase" tornam o feixe fraco ou nulo, também a ação, no campo do comportamento, precisa de coerência para sustentar confiabilidade e efetividade.
Cuidado: isso nada tem a ver com cristalizar seus pontos de vista e, com isso, não evoluir no pensamento. Não. Mas te sugiro que sempre que for "mudar a fase" da "onda" de suas opiniões, faça-o com consciência. Como? Usando dois caminhos paralelos: consistência e conexão.
- Consistência: é a busca de lastro de lógica e bom senso que "dá forma" à onda de suas ideias, mesmo que elas sejam equivocadas. É a medida de honestidade intelectual do que você concebe e/ou acredita. Procure não formar para si conceitos disformes que não se sustentam frente a 2 minutos de realidade objetiva. Eles só te isolarão do mundo sem proveito algum.
- Conexão: é o caminho percorrido do progresso da ideia. O que o levou a mudar de opinião? Se dois conceitos - um antigo e um novo - são consistentes, você poderá conectá-los, tornando-se consciente e capaz de explicar o salto, os motivos que o levaram a alterar aquela concepção.
Para você, meu filho, a coerência, é, portanto, escada firme de evolução e da expressão genuína e saudável de si próprio. Para os outros, é um traço que você deve observar como medida do grau de confiança que você pode ter neles. Assim, para si e para os demais: busque-a, observe-a, questione-a. É seu termômetro. Não se esqueça disso.