Quadro "A face da guerra", de Salvador Dalí (1940) |
A violência é filha direta da ignorância. O hostil é, via de regra, um gregário, um atrasado. A truculência é o recurso do incompetente: de quem não consegue dialogar, de quem não tem argumentos, de quem não tem respeito à condição humana - nem à sua própria. É uma arma que apodrece a mão de quem a usa. Você pode até sentir, na hora, raiva de quem seja violento com você ou com quem você ama, mas você perceberá que o sentimento mais adequado é a pena.
Não significa dizer que você deva se deixar ser violentado. Corte a agressividade, mas sem se deixar envolver por ela. Seja frio, direto. Não tenha medo de se afastar de quem insiste em seu uso. Ele encontrará nos iguais a ele a lição de que precisa, sem que você precise gastar energia com isso.
A consequência da violência é a perda de naturalidade. E aí está o grande paradoxo que decepciona os furiosos: suas conquistas são como areia a escorrer entre os dedos, porque quando conseguem dominar, a pessoa dominada não é mais a pessoa desejada. Como a tartaruga, ela se retrai e deixa à mostra apenas o casco, afastando sua alma para o mundo interior onde passa a buscar, novamente, a liberdade e a paz. E quando a conquista, deixa o brutal para trás, apagando-o até da memória.
Não seja passivo, mas não tenha vergonha de ser pacífico. A violência se alimenta da própria violência e não suporta a serenidade. A construção de um mundo de paz passa pela construção de um coração em paz.
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