À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


domingo, 10 de junho de 2018

Aranha

Filho, hoje caminhava e vi uma aranha em sua teia. A maior parte das pessoas não se deu conta do espetáculo que estava à sua frente. Mas eu me detive para poder escrever a você.

  • A construção da teia começa com um primeiro ponto de apoio. Ele é essencial para a integridade da teia. Nas suas empreitadas, antes gaste tempo identificando seu ponto firme.
  • O material da teia é uma seda mais resistente do que o kevlar, usado em coletes à prova de balas. Não economize na qualidade da materialização do que você concebeu pelo pensamento, nem sob pretexto de urgência.
  • Caminhe reto, como a aranha, em direção ao meio de onde será sua teia, tecendo de forma firme o caminho atrás de você.
  • Então, a primeira estrutura da teia é o círculo central. Ele é a ideia principal em um empreendimento na vida. Esteja ciente de que a estabilidade depende dessa peça central. Ela é o propósito, o significado, o símbolo de sua construção.
  • A construção da teia é de dentro para fora. Desdobre o pensamento principal em outros secundários, concêntricos, e interconecte-os de forma harmônica.
  • Há dois tipos de fio na teia: um que gruda (para prender os insetos) e outro seco (para andar). Assim também é com suas iniciativas: parte delas faz sentido deixar viradas para o exterior (comunicação), mas outra parte precisa ser de caminhos só seus.
  • No local mais seguro da teia ela deposita seus ovos e os protege com o próprio material ultrarresistente dela. Faça o mesmo com os filhos das suas ideias, e com os seus também. 
  • Caso ela se perca, sabe usar a linha mestra que originou a teia para sair dela. Não perca suas linhas mestras, suas referências, por mais encantadores que sejam seus projetos. Elas te levarão de volta aos seus pontos firmes, caso você necessite.

Por fim, meu filho, veja que a aranha vive na teia que construiu e dela faz seu lar. Ela faz seu próprio caminho e depois caminha nele, depositando a confiança de sua própria vida como garantia de seu trabalho. Caminhe assim também você pelas estradas que pavimentar: com prudência, mas sem medo. Suas teias serão seu legado.

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