Alguns resultados são visíveis, imediatos e óbvios: a imensa maioria das pessoas - mesmo as mais ignorantes ou embrutecidas - conseguem percebê-los. Proporcional à facilidade com que se mostram é sua profundidade, importância e duração: são fugidios, efêmeros, para o bem ou para o mal. Pessoas de menor atenção ou capacidade - cognitiva, emocional ou moral - tendem a se manter neles e se guiar por eles. Vivem, assim, erráticos, superficiais, sendo cavalos da vida ou se dizendo vítimas dela. Num jogo de dominó, enxergam apenas a próxima peça - e só quando esta recebe o choque da que caiu.
Outros efeitos são menos óbvios, mas ainda previsíveis para uma inteligência mediana. Um pouco de vivência poderá adivinhá-los com certa exatidão, mesmo que não seja possível ao vidente desse gênero de efeito vislumbrar as consequências das consequências. Se o primeiro é um cego, este é um míope. Limitar sua vista a estas reações é suficiente para uma vida medíocre, para um âmbito particular, sem grandes aspirações. No dominó, vê linhas retas, mesmo longas, mas sem interseções e curvas.
Por fim, existe a visão expandida. Embora a desenvoltura intelectiva e o equilíbrio emocional ajudem, aqui conta mais a alma não obliterada por preconceitos ou personalismos. Quanto mais você estiver preso às próprias forças inferiores, seja no nível racional, emotivo ou moral, menos você estará livre para adquirir a vista da resultância ampla.
Ao contrário dos outros níveis, este se expande em 3 dimensões:
- Eixo sagital-racional: para frente e para trás, na visão de consequências e de causas de curto, médio e longo prazos;
- Eixo transversal-emocional: para os lados, saindo apenas de si próprio, entendendo o impacto sintônico entre vários seres que convivem, influenciando e sendo influenciados;
- Eixo longitudinal-consciencial: consequência ética para o ser interno, que eleva ou que o faz submergir eticamente, no plano de sua consciência própria.
Tudo o que se faz tem consequências. Vê-las em todas as suas dimensões é fundamental; agir nelas para consertar erros é desejável; viver de modo que elas não destruam o mundo ao seu redor é sábio. Veja o todo, aja na parte.
E não se esqueça: por trás de todo dominó que você empurra está, no fim da fila, você mesmo.
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