À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Mulheres

Filho, você nasceu homem. O que isso significa? Vejamos.


Homens e mulheres são diferentes em muitos aspectos além dos óbvios anatômicos. Seja por força biológica, seja pela estrutura social vigente, a psique apresenta peculiaridades consideráveis. Não veja nisso qualquer julgamento de valor, apenas uma riquíssima diversidade de modelos mentais que pode ter sido (e continuar sendo) vital para a sobrevivência da nossa espécie.

O grande problema é que, pela maior força física da constituição masculina em uma sociedade bárbara, sempre se atribuiu à mulher um papel subjugado na ordem social, a ponto de se discutir, na igreja do século VI, se ela era humana, ou seja, se tinha ou não tinha alma. A cultura machista tem negado à mulher direitos que precisaram ser conquistados por elas à custa de muita luta, sofrimento e perseverança: o direito à educação, ao voto, à igualdade nas relações de trabalho, etc.

Você dirá que é parte da História. Mais ou menos, infelizmente. Ainda hoje (espero que bem menos ou nada na época em que você estiver lendo esta mensagem) as mulheres ainda não conquistaram socialmente igualdade de oportunidades em relação aos homens e - pasme - ainda há homens que acham que isso é errado ou exagerado.

E não para por aí: elas ainda têm que reivindicar coisas muito mais básicas: liberdade e respeito. Liberdade para usarem a roupa que quiserem sem precisarem se proteger de assédios de homens que ainda as tomam por objeto; respeito em relação a seu corpo, a suas ideias, a seus direitos.

Ainda parece longo o caminho, não é, filho? Como homem, você pode ajudar! Além de sua obrigação básica de tratar com respeito, também você deve exigir esse respeito dos outros. Algumas dicas:
  • Use humor, inteligência e delicadeza na abordagem às mulheres, seja por que motivo for (amizade, namoro, etc). Mas "não" é não. Ponto;
  • O corpo da mulher é dela, não é seu nem de outra pessoa qualquer. Nem por um minuto. Ponto;
  • Se as mulheres quiserem caminhar nuas na rua, é problema delas. Isso não dá a nenhum homem o direito de desrespeitá-las;
  • Brincar com as diferenças naturais entre homens e mulheres pode ser saudável, engraçado e socializador entre amigos/amigas, mas cuidado: não faça e não admita piadas de mal gosto com as mulheres. Se fosse você, gostaria de ouvir? Veja a cara delas para saber se está agradando ou não. Não está? Pare e peça desculpas;
  • Ter cuidado e reconhecimento das lutas das mulheres e da situação social ainda hostil a elas não é tratá-las como bibelôs. Isso só reforça o preconceito. Sem exageros.

Mais importante que todas essas posturas exteriores é sua posição interior - aquela que ninguém vê. Esteja certo de que, quando de frente a uma mulher, você está falando com um ser humano tão capaz quanto você, tão importante quanto você, tão inteligente quanto você, tão complexo quanto você.

Por fim, lembre-se o que o presidente estadunidense Abraham Lincoln disse certa vez: “A mão que balança o berço é a mão que governa o mundo”.

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