À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


domingo, 24 de dezembro de 2017

Morte

Meu filho, certa vez os cientistas cogitaram que elefantes pudessem ser capazes de ter noção da própria finitude pelo fato de encontrarem em alguns locais 'cemitérios' deles. Era engano, apenas um efeito migratório para locais de comida mais fácil, que estendiam a vida dos mais velhos por algum tempo. Continuamos, assim, até hoje, sendo a única espécie que se sabe ter consciência do próprio nascimento e da própria morte. Sendo assim, a pergunta imediata é: o que existe além?


Alguns acreditam que a morte é um fenômeno puramente orgânico, como uma doença, que será vencido pela Ciência algum dia e que, portanto, após findados os impulsos neuroniais, aquele pensamento, aquele coração, aquelas experiências, desaparecem com os compostos químicos em decomposição.

De outro lado, há muitas teorias não-materialistas para explicar esse momento extremo da vida humana. Em comum, elas apresentam a ideia da transcendência: o ser humano seria algo capaz de sobreviver a essa passagem e seu futuro teria relação com o quanto angariou de conquistas para essa alma durante a vida. Ainda como linha mestra entre elas, a possibilidade de, ainda durante a existência orgânica, alçar voos curtos a esse mundo suprafísico sempre por algum tipo de recolhimento, meditação, introspecção ou oração.

Há uma coisa inexorável: você terá vários encontros com a morte - os primeiros com os que você convive e ama e o último pessoalmente. E eles o farão lembrar dela com alguma frequência.

Não desejo influenciar de forma determinista na sua visão da morte e, portanto, da vida. Mas recomendo que você:
  • Não compre ideias prontas - desenvolva as suas próprias;
  • Considere que a resposta que você busca pode estar espalhada em pedaços: no pensamento científico, na sua sensibilidade, na observação da Natureza, nas pessoas, na meditação, etc.;

Você pode ser um cientista que irá ajudar a combater a degradação física; você pode ser um pensador que irá ajudar a compreender a morte; você pode ser um apoiador que irá ajudar a suportá-la. Faça o que fizer, faça com sinceridade, com humildade e com amor.

Vencer a morte pode ser mais do que tudo isso: pode ser apenas parar de temê-la.

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