Filho, a existência ou não de seres extraterrestres sempre povoou a imaginação popular e a ficção científica. Seríamos nós os únicos seres inteligentes do Universo? Se não, esses outros seres teriam a capacidade de vir até nós, já que nós não conseguimos ainda ir até muito longe? Seriam amistosos ou hostis? As perguntas são muitas, as respostas poucas, mas estamos caminhando.
Somos um dos menores planetas de um sistema solar de 9 principais planetas girando em torno do Sol, que é uma entre 100 bilhões de estrelas da Via Láctea, que, por sua vez, é uma das 200 bilhões de galáxias do Universo conhecido, que pode ser um entre muitos universos paralelos. O astrônomo americano Francis Drake estimou que existam, pela probabilidade, hoje, 10 (dez) civilizações capazes de enviar sinais de rádio para nós.
Estou convencido que não é só pela análise estatística, mas também pela lógica: não estamos sozinhos. Se nossos vizinhos já nos conhecem, a chance de serem mais esclarecidos do que nós (ou pelo menos controlados por esses) é grande, já que, até agora, demonstraram muita educação e respeito aos processos de aprendizagem nossos, mesmo que muito lentos, não interferindo ostensivamente em nossas escolhas.
Você verá que há muitos relatos de contatos com esses supostos seres. Dificílimo separar o que pode ser real do que é fantasioso. Há pessoas sérias e outras nem tanto falando sobre o tema. Mas uma coisa é digna de observação: o número desses relatos, em todas as áreas do planeta, em especial vindos de astronautas e aeronautas em princípio sérios, está aumentando.
Também é altamente provável que já existam mais informações sobre o assunto, mantidas guardadas alegando não quererem causar pânico na população. A História nos conta que essa é uma prática comum de manutenção de poder.
Tudo ainda é especulação. Mas é possível que, quando for mais velho, novas revelações e novos acontecimentos revelem esse mundo fora do nosso ovinho. Se isso ocorrer, tenha serenidade, analise com critério, mas não feche sua mente para novas eras de conhecimento, que chegarão, mais cedo ou mais tarde. Se nossos amigos de fora do planeta estão aguardando alguma coisa para se apresentarem com mais força, certamente ela passa pelo aumento do nosso nível de consciência do Universo. Comece com você.
À guisa de introdução
Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.
sexta-feira, 30 de outubro de 2015
domingo, 25 de outubro de 2015
Ante os vulneráveis
Filho, a conduta de bem pede sensibilidade para saber lidar com as vulnerabilidades dos outros, em especial se sua posição for de ascendência sobre eles (dependência da parte deles) naquele instante.
Existem profissões, filho, que lidam com relações de vulnerabilidade diariamente:
Em todos os casos, há desigualdade de equilíbrio ou de maturidade emocional levando à fragilidade e à dependência. É absolutamente necessário que você identifique essas situações de imediato porque elas requerem responsabilidade maior do que o normal da parte mais forte.
É comum, por exemplo, que uma aluna se apaixone por seu professor. Mas não é normal, não é ético, não é aceitável, que um professor, principalmente enquanto exercendo sua profissão, permita que isso se torne um romance enquanto permaneça a relação professor-aluno.
Se isso existe em relação às profissões, também não escapa das situações cotidianas. Às vezes, nas relações sociais, entre conhecidos, uma piada mal contada ou uma brincadeira de mal gosto pode deixar alguém vulnerável. Detectando o ocorrido, saiba pedir desculpas na hora se foi você o causador e proteger responsavelmente se não foi.
Tudo isso adquire alto grau quando se trata de uma criança frente a um adulto. É seu dever - inclusive legal - zelar pela proteção das crianças e adolescentes, defendendo-os até mesmo de seus pais, se for o caso. Se se aproveitar da vulnerabilidade de um adulto em situação de fragilidade denota falta de caráter, quando isso atinge uma criança ou adolescente, torna-se criminoso, inaceitável, repugnante.
Por fim, observe a forma como lida uma pessoa com os vulneráveis a ele. Isso é um indicativo quase certeiro de seu caráter.
Existem profissões, filho, que lidam com relações de vulnerabilidade diariamente:
- Um psicólogo frente ao paciente
- Um médico frente ao doente
- Um professor frente ao aluno
- Um assistente social frente ao atendido
Em todos os casos, há desigualdade de equilíbrio ou de maturidade emocional levando à fragilidade e à dependência. É absolutamente necessário que você identifique essas situações de imediato porque elas requerem responsabilidade maior do que o normal da parte mais forte.
É comum, por exemplo, que uma aluna se apaixone por seu professor. Mas não é normal, não é ético, não é aceitável, que um professor, principalmente enquanto exercendo sua profissão, permita que isso se torne um romance enquanto permaneça a relação professor-aluno.
Se isso existe em relação às profissões, também não escapa das situações cotidianas. Às vezes, nas relações sociais, entre conhecidos, uma piada mal contada ou uma brincadeira de mal gosto pode deixar alguém vulnerável. Detectando o ocorrido, saiba pedir desculpas na hora se foi você o causador e proteger responsavelmente se não foi.
Tudo isso adquire alto grau quando se trata de uma criança frente a um adulto. É seu dever - inclusive legal - zelar pela proteção das crianças e adolescentes, defendendo-os até mesmo de seus pais, se for o caso. Se se aproveitar da vulnerabilidade de um adulto em situação de fragilidade denota falta de caráter, quando isso atinge uma criança ou adolescente, torna-se criminoso, inaceitável, repugnante.
Por fim, observe a forma como lida uma pessoa com os vulneráveis a ele. Isso é um indicativo quase certeiro de seu caráter.
quinta-feira, 22 de outubro de 2015
Radicalismos
Filho,
O mundo já passou por diversos períodos de radicalismos, em todas as áreas: o religioso, com a interferência de seitas na vida social e civil; o político, com os governos totalitários; o econômico, com tentativas de manter à força sistemas econômicos fracassados; etc.
Na língua portuguesa, radical é aquele "ligado à raiz", "preso à raiz". Sua imagem, pela própria etimologia da palavra, é, portanto: um vegetal bem pequeno, sem frutos, mas firmemente enraizado em seu próprio cadinho de terra, de ideias, enquanto o mundo se movimenta, gira, troca, evolui.
São características gerais do radical:
Você está sendo criado em um celeiro de diálogo franco, de respeito à diversidade, de construção de ideias, de liberdade com responsabilidade. Eu e sua mãe o criamos assim para você porque são valores nos quais nós acreditamos. Mas cuidado: esta não é a realidade do país em que você nasceu.
O radicalismo é filho da vaidade e da preguiça e pai da ignorância.
Por isso, como qualquer país socialmente subdesenvolvido, o Brasil é celeiro ideal para o nascimento dos radicalismos, já que, em geral, aqui se estuda pouco e se tem preguiça de se aprofundar nas questões importantes. Somos formados por "comentaristas de manchetes". Os próprios radicalismos, por sua vez, proliferam a ignorância porque necessitam dela para se criar. É um ciclo vicioso.
Quer ajudar o mundo a se livrar dos radicalismos? Combata em si mesmo qualquer tendência radical, dando espaço e analisando sem preconceito o contraditório e dedique-se a educar a população de alguma forma com foco no espírito crítico saudável para a construção de ideias reais pelas quais valha a pena lutar, com equilíbrio.
O mundo já passou por diversos períodos de radicalismos, em todas as áreas: o religioso, com a interferência de seitas na vida social e civil; o político, com os governos totalitários; o econômico, com tentativas de manter à força sistemas econômicos fracassados; etc.
Na língua portuguesa, radical é aquele "ligado à raiz", "preso à raiz". Sua imagem, pela própria etimologia da palavra, é, portanto: um vegetal bem pequeno, sem frutos, mas firmemente enraizado em seu próprio cadinho de terra, de ideias, enquanto o mundo se movimenta, gira, troca, evolui.
São características gerais do radical:
- inseguro: quem é seguro da veracidade, da sublimidade de uma ideia, não tenta impô-la - trabalha com argumentos e não com violência;
- surdo: possui grande dificuldade em ouvir, principalmente a ponderação oposta; quando o faz, é sem interesse genuíno, quase com deboche;
- nervosinho: aparenta ter temperamento forte e não raro fala alto, mas sempre de forma contundente. É um disfarce para a insegurança, para evitar ser questionado;
- contrário ao diálogo: foge do diálogo franco porque normalmente sua posição não suporta 5 minutos de argumentos medianamente sólidos. Sua estratégia: desqualificar o oponente, deixando o público acreditar que discutir com ele é perda de tempo.
Você está sendo criado em um celeiro de diálogo franco, de respeito à diversidade, de construção de ideias, de liberdade com responsabilidade. Eu e sua mãe o criamos assim para você porque são valores nos quais nós acreditamos. Mas cuidado: esta não é a realidade do país em que você nasceu.
O radicalismo é filho da vaidade e da preguiça e pai da ignorância.
Por isso, como qualquer país socialmente subdesenvolvido, o Brasil é celeiro ideal para o nascimento dos radicalismos, já que, em geral, aqui se estuda pouco e se tem preguiça de se aprofundar nas questões importantes. Somos formados por "comentaristas de manchetes". Os próprios radicalismos, por sua vez, proliferam a ignorância porque necessitam dela para se criar. É um ciclo vicioso.
Quer ajudar o mundo a se livrar dos radicalismos? Combata em si mesmo qualquer tendência radical, dando espaço e analisando sem preconceito o contraditório e dedique-se a educar a população de alguma forma com foco no espírito crítico saudável para a construção de ideias reais pelas quais valha a pena lutar, com equilíbrio.
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Escada
Filho, hoje eu estava descendo uma grande escadaria no centro da cidade, quando percebi que dali poderia nascer uma reflexão importante para deixar para você.
Normalmente as pessoas gostam de agir na vida ... ou ... olhando longe demais e perdendo o caminho ... ou ... olhando perto demais e perdendo a meta. Onde o meio termo? Na escada!
Ao descer uma escada, você olha primeiro para o fim dela para te dar o sentimento do todo. Durante esse tempo, você não começa a descê-la. Estuda alternativas de rota (se houver), procura um ponto de apoio (corrimão) - enfim, planeja sua descida (o previsível), às vezes em segundos.
Encerrada essa etapa, você tira os olhos da meta e mira apenas o próximo degrau. Sua atenção agora não está mais no longe, mas no imediato, para garantir uma boa execução do que foi planejado. Pisa firme no próximo degrau antes de deixar o anterior, certifica-se sempre de estar com seu ponto de apoio funcional, observa o entorno para não haver choques com outras pessoas (o imprevisível).
Quando quiser atingir um objetivo, desça uma escada. Pare, olhe, planeje o previsível; quando for andar, olhe para o próximo passo e lide com o imprevisível com tranquilidade e continuidade. Em poucas palavras: pense grande, mas aja pequeno.
Normalmente as pessoas gostam de agir na vida ... ou ... olhando longe demais e perdendo o caminho ... ou ... olhando perto demais e perdendo a meta. Onde o meio termo? Na escada!
Ao descer uma escada, você olha primeiro para o fim dela para te dar o sentimento do todo. Durante esse tempo, você não começa a descê-la. Estuda alternativas de rota (se houver), procura um ponto de apoio (corrimão) - enfim, planeja sua descida (o previsível), às vezes em segundos.
Encerrada essa etapa, você tira os olhos da meta e mira apenas o próximo degrau. Sua atenção agora não está mais no longe, mas no imediato, para garantir uma boa execução do que foi planejado. Pisa firme no próximo degrau antes de deixar o anterior, certifica-se sempre de estar com seu ponto de apoio funcional, observa o entorno para não haver choques com outras pessoas (o imprevisível).
Quando quiser atingir um objetivo, desça uma escada. Pare, olhe, planeje o previsível; quando for andar, olhe para o próximo passo e lide com o imprevisível com tranquilidade e continuidade. Em poucas palavras: pense grande, mas aja pequeno.
domingo, 18 de outubro de 2015
Temperança ao falar
Filho, em algumas coisas não é possível voltar atrás. Há um ditado que cita três: a flecha atirada, a palavra dita e a oportunidade perdida. Delas, a palavra é a que mais se tem controle.
Cuidado, filho, ao falar, principalmente quando aquilo que disser for ferir alguém, em especial alguém de quem você gosta. Não importam os motivos, uma vez proferida, a palavra que fere o coração do outro deixará lá durante um bom tempo uma marca e você terá que lidar com ela.
Se achar que machucou alguém erradamente pela força da palavra, siga esses três passos:
A destemperança do falar, meu filho, mesmo a título de "desabafo" ou "revide", é como um prego que fere uma madeira. É possível depois identificá-lo, retirá-lo e até tapar o buraco com alguma massa, mas a fragilidade ficará e um dia a madeira poderá se quebrar de ter que ter aguentado tantos pregos fincados. Não permita que chegue a esse estado alguém que você ama, porque você perderá essa pessoa, às vezes definitivamente. Por isso desejo te prevenir.
Por fim, não confunda temperança com omissão. Fale o que precisa ser dito, mas seja gentil e veja, das palavras, quais realmente servirão ao outro e jogue fora as que apenas servem ao seu ego (você verá que normalmente são a maior parte).
Cuidado, filho, ao falar, principalmente quando aquilo que disser for ferir alguém, em especial alguém de quem você gosta. Não importam os motivos, uma vez proferida, a palavra que fere o coração do outro deixará lá durante um bom tempo uma marca e você terá que lidar com ela.
Se achar que machucou alguém erradamente pela força da palavra, siga esses três passos:
- arrependimento: refaça os passos que deveria ter seguido para conseguir passar sua mensagem sem ofensa ao outro e se comprometa consigo mesmo a percorrê-lo no futuro;
- retratação: peça desculpas de forma direta, sem procurar se justificar. "Queria te pedir desculpas porque fui rude com você e não queria ter sido. Não vai acontecer novamente".
- reparação: se sua palavra causou algum prejuízo ao outro, tente reparar o erro, fazendo o oposto do que causou. Caso não seja mais possível, escolha alguém que precise daquele gesto e o doe em intenção àquela outra pessoa ofendida, sem dizer uma palavra.
A destemperança do falar, meu filho, mesmo a título de "desabafo" ou "revide", é como um prego que fere uma madeira. É possível depois identificá-lo, retirá-lo e até tapar o buraco com alguma massa, mas a fragilidade ficará e um dia a madeira poderá se quebrar de ter que ter aguentado tantos pregos fincados. Não permita que chegue a esse estado alguém que você ama, porque você perderá essa pessoa, às vezes definitivamente. Por isso desejo te prevenir.
Por fim, não confunda temperança com omissão. Fale o que precisa ser dito, mas seja gentil e veja, das palavras, quais realmente servirão ao outro e jogue fora as que apenas servem ao seu ego (você verá que normalmente são a maior parte).
quinta-feira, 15 de outubro de 2015
Professor
Filho, você possivelmente ouvirá que todas as profissões são igualmente importantes. Não são.
Existem 3 gêneros de profissões, por grau crescente de valor para a sociedade:
1. Burocráticas e especulativas: não geram nada, promovem na sociedade uma paralisia inútil. A imagem é a de um parafuso brilhante que roda em falso: dá a ilusão de que apóia, mas só ocupa espaço. São as mais valorizadas financeiramente e dão a isso muita importância.
2. Produtivas: sustentam o presente, garantem a continuidade da sociedade. A imagem é de um parafuso fosco e firmemente fixado. São medianamente bem pagas.
3. Educativas: constroem o futuro, viabilizam a evolução da humanidade, mostram novos horizontes de transformação. A imagem é de um novo furo na parede para novos pontos de apoio, que não aparece, mas sem ele não é possível fixar parafusos. São mal remuneradas mas não desistem por isso.
É natural que uma sociedade viciada, obliterada, alienada, remunere melhor o que aparece mais, não o que contribui mais.
Ainda estamos em um grau muito primitivo de desenvolvimento e visão em relação ao que realmente importa.
Hoje, dia do professor, é uma oportunidade para repensar nossas prioridades, nossas atitudes em relação aos que contribuíram para sermos o que somos, o que sabemos.
Agradeça aos seus professores. E abrace sua mãe.
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Observar, decidir, agir
Filho, tudo o que já li e vi até hoje de material motivacional, de auto-ajuda, de desenvolvimento pessoal ou corporativo é muito parecido e pode ser resumido nesses 3 passos: observar, decidir e agir.
Observar com atenção, com a cabeça e com o coração, sem julgamento, desarmado, por mais diferente que possa ser de tudo o que você conhece. Às vezes o principal objeto a ser observado é você mesmo.
Observar algo que merece mudança e não decidir é deixar-se levar pela força da preguiça mental, do preconceito, do comodismo. Essa primeira barreira responde por boa parte do imobilismo, da inércia do mundo.
Decidir com coragem, com plano e metas realísticas. Ver-se melhorado é mais da metade do caminho, mas é preciso que essa visão saia do campo do mero desejo abstrato.
Decidir sem agir é permitir-se arrastar pela força do medo de ser julgado.
Agir com persistência. A ação é a coroação, a completude da mudança que se quer.
O segredo é fazer isso com coisas pequenas, uma por vez, sem pressa. Mas já, hoje, com o que te incomoda pouco, com o que está à mão. Uma vez começando, saindo do zero, haverá uma realimentação, porque mudar a si mesmo e mudar o mundo são posturas viciantes.
Comece.
terça-feira, 6 de outubro de 2015
Momentos
Filho, momentos são gotas da eternidade que caem, escorrem e se vão. Permita-se deixar molhar por essas gotas. Tente não deixá-los simplesmente passar, alegando querer se abrigar do sofrimento.
Conecte os momentos como as gotas da chuva fazem desenhos no vidro. Dê a eles significado.
Perdê-los não significa que você não será feliz, mas aproveitá-los certamente o tornará mais sábio.
Conecte os momentos como as gotas da chuva fazem desenhos no vidro. Dê a eles significado.
Perdê-los não significa que você não será feliz, mas aproveitá-los certamente o tornará mais sábio.
sábado, 3 de outubro de 2015
Saudade
Meu filho, a palavra "saudade" é uma das mais difíceis de traduzir para outras línguas. Nem as línguas românicas, de mesma raiz latina (italiano, espanhol, romeno, francês) possuem palavra com significado igual. Ela carrega uma ideia igualmente única.
Difícil definir saudade. Saudade é personalíssima. Ninguém sente saudade igual ao outro. Melhor dizer o que não é.
A saudade é capaz de ultrapassar as barreiras do tempo e das imperfeições dos outros para se fixar na essência mesmo daquela pessoa, que ela é capaz de amar. A saudade não esquece os problemas, mas coloca-os num nível de importância menor em relação àquilo de que se tem saudade.
A saudade às vezes nos toma de assalto, outras vezes cozinha lentamente nosso coração. Às vezes ela dói, outras vezes conforta. Ora faz meditar, outras agir, mas sempre incomoda. Não é possível ignorá-la, porque ela tem acesso irrestrito a nós. Ela é parte de nós.
A saudade nos conecta com quem fomos na ocasião de que temos saudade, quem somos hoje e quem seremos no futuro. A saudade nos impulsiona, quando bem utilizada.
Te sugiro, portanto, filho:
Sinto saudade sua porque te amo.
- Saudade é mais do que sentir falta. Por isso, perante ela, são pobres as expressões "Je te manque" em francês, "I miss you" em inglês ou "Te extraño" em espanhol.
- Saudade não é nostalgia. A saudade não traz o desejo de viver o passado, mas de vivenciar no presente a essência boa desse passado.
- Saudade é mais do que sentimento de posse. Por vezes, ela pode até ser vinculada ao oposto: ao altruísmo.
A saudade é capaz de ultrapassar as barreiras do tempo e das imperfeições dos outros para se fixar na essência mesmo daquela pessoa, que ela é capaz de amar. A saudade não esquece os problemas, mas coloca-os num nível de importância menor em relação àquilo de que se tem saudade.
A saudade às vezes nos toma de assalto, outras vezes cozinha lentamente nosso coração. Às vezes ela dói, outras vezes conforta. Ora faz meditar, outras agir, mas sempre incomoda. Não é possível ignorá-la, porque ela tem acesso irrestrito a nós. Ela é parte de nós.
A saudade nos conecta com quem fomos na ocasião de que temos saudade, quem somos hoje e quem seremos no futuro. A saudade nos impulsiona, quando bem utilizada.
Te sugiro, portanto, filho:
- Respeite a saudade. Ela é uma legítima expressão do amor.
- Não deixe que a saudade te congele. Ela não foi feita para isso. Deixe que ela te impulsione e faça você agir.
- A saudade não pode ser contínua. Ela pode te assaltar por segundos, minutos. Se ela se prolongar tempo demais, não é mais saudade - pode ser depressão.
- Às vezes construir o bem de que se sente saudade em outra situação (com outra pessoa, em outro tempo, etc) faz com que você amenize a saudade, se ela doer.
- Viva! Construa um presente brilhante para que você tenha do que sentir saudade no futuro.
- Construa com os outros momentos únicos. O amor genuíno que plantar florescerá em saudade nos corações alheios e essa saudade te conectará para sempre com eles.
Sinto saudade sua porque te amo.
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
Igualdade, Liberdade, Fraternidade
Filho, a Revolução Francesa, no século XIX, cunhou a tríade: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade". A própria República Francesa e outras instituições depois a adotaram como lema. Mas o que ele traz de ensinamento que possa ser útil à nossa vida?
Veja: cada uma das bases do tripé regula as duas outras. Por exemplo:
A igualdade é um estado interno muito mais do que um regramento jurídico. Atenção: a igualdade não é ignorar as diferenças em capacidades, em aptidões (inteligência, sentimento, vontade, etc.) que existem entre as pessoas. Não! Isso é cegueira e hipocrisia. É entender verdadeiramente - o que significa, de verdade mesmo - todos os homens com a mesma essência e reverenciar essa essência, no bom como no mau, no obtuso como no culto, no fechado como no aberto, etc. Como consequência direta, nasce o reconhecimento dos direitos e deveres básicos comuns a todos. Evite integrar instituições, organizações, que pregam a igualdade, mas que na prática segregam - a elas se aplica a frase de George Orwell em A revolução dos bichos: "todos iguais, mas uns mais iguais que outros".
Coloco a igualdade antes da liberdade - ao contrário do lema da Revolução - porque não entendo possível haver verdadeira liberdade se as pessoas não se enxergam iguais. Na ordem das coisas, busque antes a igualdade e a liberdade será consequência natural. Cuidado: liberdade não é libertinagem - ela precisa estar mesclada com o respeito para que tenha limites. Liberdade não é fazer tudo o que se deseja: é pensar tudo o que se deseja, discutir tudo o que é importante e fazer tudo o que é útil a todos. Fazer o mal não é liberdade, é falta dela para o outro.
Com igualdade e liberdade, forma-se a o espírito de coletividade. Viver coletivamente, apoiando-se, gera no coração do povo o sentimento de fraternidade, de irmandade. É a coroação e a garantia da perenidade e da força desse ser coletivo. Atento: fraternidade não se força e precisa ser dosada com a prudência, da mesma forma que se faz com irmãos de sangue: ela não pode existir para criar ou manter privilégios. A melhor maneira de converter o dever em prazer é convidar o coração para integrar o barco do progresso através da fraternidade.
Vendo os outros como iguais, respeitando-os e abraçando-os você contribuirá para a construção de um mundo melhor. "Egalité, Liberté, Fraternité".
Veja: cada uma das bases do tripé regula as duas outras. Por exemplo:
- A igualdade sem liberdade é falsa.
- A fraternidade sem liberdade é seletiva.
- A liberdade sem fraternidade é a selva.
A igualdade é um estado interno muito mais do que um regramento jurídico. Atenção: a igualdade não é ignorar as diferenças em capacidades, em aptidões (inteligência, sentimento, vontade, etc.) que existem entre as pessoas. Não! Isso é cegueira e hipocrisia. É entender verdadeiramente - o que significa, de verdade mesmo - todos os homens com a mesma essência e reverenciar essa essência, no bom como no mau, no obtuso como no culto, no fechado como no aberto, etc. Como consequência direta, nasce o reconhecimento dos direitos e deveres básicos comuns a todos. Evite integrar instituições, organizações, que pregam a igualdade, mas que na prática segregam - a elas se aplica a frase de George Orwell em A revolução dos bichos: "todos iguais, mas uns mais iguais que outros".
Coloco a igualdade antes da liberdade - ao contrário do lema da Revolução - porque não entendo possível haver verdadeira liberdade se as pessoas não se enxergam iguais. Na ordem das coisas, busque antes a igualdade e a liberdade será consequência natural. Cuidado: liberdade não é libertinagem - ela precisa estar mesclada com o respeito para que tenha limites. Liberdade não é fazer tudo o que se deseja: é pensar tudo o que se deseja, discutir tudo o que é importante e fazer tudo o que é útil a todos. Fazer o mal não é liberdade, é falta dela para o outro.
Com igualdade e liberdade, forma-se a o espírito de coletividade. Viver coletivamente, apoiando-se, gera no coração do povo o sentimento de fraternidade, de irmandade. É a coroação e a garantia da perenidade e da força desse ser coletivo. Atento: fraternidade não se força e precisa ser dosada com a prudência, da mesma forma que se faz com irmãos de sangue: ela não pode existir para criar ou manter privilégios. A melhor maneira de converter o dever em prazer é convidar o coração para integrar o barco do progresso através da fraternidade.
Vendo os outros como iguais, respeitando-os e abraçando-os você contribuirá para a construção de um mundo melhor. "Egalité, Liberté, Fraternité".
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