À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Igualdade, Liberdade, Fraternidade

Filho, a Revolução Francesa, no século XIX, cunhou a tríade: "Liberdade, Igualdade, Fraternidade". A própria República Francesa e outras instituições depois a adotaram como lema. Mas o que ele traz de ensinamento que possa ser útil à nossa vida?


Veja: cada uma das bases do tripé regula as duas outras. Por exemplo:
  • A igualdade sem liberdade é falsa.
  • A fraternidade sem liberdade é seletiva.
  • A liberdade sem fraternidade é a selva.

A igualdade é um estado interno muito mais do que um regramento jurídico. Atenção: a igualdade não é ignorar as diferenças em capacidades, em aptidões (inteligência, sentimento, vontade, etc.) que existem entre as pessoas. Não! Isso é cegueira e hipocrisia. É entender verdadeiramente - o que significa, de verdade mesmo - todos os homens com a mesma essência e reverenciar essa essência, no bom como no mau, no obtuso como no culto, no fechado como no aberto, etc. Como consequência direta, nasce o reconhecimento dos direitos e deveres básicos comuns a todos. Evite integrar instituições, organizações, que pregam a igualdade, mas que na prática segregam - a elas se aplica a frase de George Orwell em A revolução dos bichos: "todos iguais, mas uns mais iguais que outros".

Coloco a igualdade antes da liberdade - ao contrário do lema da Revolução - porque não entendo possível haver verdadeira liberdade se as pessoas não se enxergam iguais. Na ordem das coisas, busque antes a igualdade e a liberdade será consequência natural. Cuidado: liberdade não é libertinagem - ela precisa estar mesclada com o respeito para que tenha limites. Liberdade não é fazer tudo o que se deseja: é pensar tudo o que se deseja, discutir tudo o que é importante e fazer tudo o que é útil a todos. Fazer o mal não é liberdade, é falta dela para o outro.

Com igualdade e liberdade, forma-se a o espírito de coletividade. Viver coletivamente, apoiando-se, gera no coração do povo o sentimento de fraternidade, de irmandade. É a coroação e a garantia da perenidade e da força desse ser coletivo. Atento: fraternidade não se força e precisa ser dosada com a prudência, da mesma forma que se faz com irmãos de sangue: ela não pode existir para criar ou manter privilégios. A melhor maneira de converter o dever em prazer é convidar o coração para integrar o barco do progresso através da fraternidade.

Vendo os outros como iguais, respeitando-os e abraçando-os você contribuirá para a construção de um mundo melhor. "Egalité, Liberté, Fraternité".

Nenhum comentário:

Postar um comentário