Esse empoderamento pode ser visto em uma frase atribuída a Madre Teresa de Calcutá: "Nem as críticas nem os elogios me afetam, porque eu sei quem eu sou". O conhecimento real de si mesmo fornece ao mesmo tempo um caminho seguro de autodesenvolvimento que gera realização interior e uma robustez inigualável aos abalos do mundo. Mas como, de fato, se conhecer? Como fazer?
Na década de 1960, dois psicólogos sintetizaram os níveis de conhecimento próprio em quatro setores (se lembra? quase tudo assim usa o número 4), no que ficou conhecido como Janela de Johari.
- Existe uma parte de nós que nós conhecemos e os outros também. É chamado de "eu aberto". Nada há ali de oculto, portanto não é objeto de nossa conversa de hoje.
- O "eu cego" é a parte que os outros conhecem de nós, mas nós não. Não existe outra forma de começar a sondá-la senão perguntar sinceramente a quem você confia sobre suas atitudes, sobre suas impressões sobre você. E ter maturidade para ouvir, agradecer e processar a informação sem julgar ou ser reativo - senão nunca mais a pessoa te dará o feedback honesto.
- Há também o oposto: um setor do nosso "eu" que nós conhecemos, mas os outros não. É onde estão os nossos segredos (vou falar de segredos para você): o "eu secreto". Embora às vezes seja importante não se mostrar totalmente a todos, por reserva e autoproteção, busque diminuir essa área, sendo mais autêntico, mais claro, no que achar que é possível. Se for para manter uma área oculta, que seja por uma razão justa e que isso não te cause mal interno. Faça sempre essa avaliação.
- Por fim, há o "eu desconhecido", que nem nós nem os outros conhecem. Mas que existe e nos influencia muito. Para acessá-lo e vê-lo, pouco a pouco, o melhor caminho é a meditação. Pode ser uma reflexão rápida ao final do dia com base nas próprias atitudes, principalmente as de impulso, pode ser um processo de meditação guiado por alguma técnica. Não importa. O "eu desconhecido" por vezes nos guia e nos domina, e nos traz inquietação. Lançar luz sobre ele é o suficiente para fazê-lo minguar. Seja honesto consigo mesmo quando descobrir em si, nessa área, alguma falha, mesmo grave. Olhe-a nos olhos e dialogue com ela constantemente.
Não há outro caminho, meu filho. O do autoconhecimento é trabalhoso, às vezes doloroso, mas recompensador. Mais do que experimentá-lo, pratique-o regularmente. A felicidade de se conhecer é a mesma de se libertar. Nós o ajudaremos.
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