À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


domingo, 26 de julho de 2015

Morte

Meu filho, quero lhe falar hoje da morte. Diz-se que um ser vivo morre quando suas funções vitais colapsam e seu corpo não apresenta mais atividade. Mas o que incomoda na morte não é a destruição orgânica, mas a ausência da manifestação através daquele instrumento.



Os materialistas dizem que o corpo encerra em si mesmo toda inteligência, sentimento e consciência. Morto o corpo, o ser simplesmente desaparece para sempre. Os espiritualistas dizem que o corpo é apenas o veículo de expressão da alma que havia se ligado a ele e que, portanto, a ele sobrevive de alguma forma.

Você pode acreditar em uma ou outra, mas sentirá, certamente, a partida de alguém querido bem fundo no coração. No início, a dor aguda. Depois, a incredulidade. Dependendo de suas convicções, a revolta. A partir daí surge a saudade, que vem e vai, devagar, às vezes castigando, outras emocionando, e dura toda a vida.

Mesmo que se esforce, você não pode evitar a morte, nem sua nem de quem você ama. Mas pode adoçá-la com algumas atitudes simples:
  • Passe o dia como se a morte não existisse e a noite como se ela fosse chegar naquela hora.
  • Quando a lembrança de alguém que já morreu invadir a sua mente, pare e cultive-a por pelo menos um minuto, resgatando momentos felizes e engraçados. Ofereça a essa pessoa um sorriso de carinho. Depois deixe o pensamento fluir.
  • A quem está sofrendo com a morte, ofereça seu silêncio acompanhado de seu abraço.
  • Não cultive mágoas de ninguém.
  • Não deixe de tentar para que não se arrependa do que não fez.

Conta-se que certa vez Francisco de Assis estava cultivando suas plantas e então perguntaram a ele: "o que você faria se soubesse que fosse morrer hoje?", ao que teria ele respondido, depois de sorrir: "continuaria cuidando do meu jardim".

Só há uma coisa que a morte teme: a serenidade. Busque-a e você não precisará ter medo da morte.

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