Pensamento, discurso e prática

Filho, no íntimo do pensamento ou do sentimento a vontade do ser se elabora. Pela palavra, ela se expressa e pela prática se concretiza. Este deveria ser o caminho natural de nossa expressão, mas não é bem assim. Há dois desvios possíveis aos quais você deve estar atento:

• O discurso não reflete o que se pensa ou se sente.
• A ação não reflete o que se fala.

Ao mesmo tempo, quem fala tudo o que pensa, a toda hora e a qualquer um é, no mínimo, um chato. Para que seu discurso seja coerente com seu pensamento, eu recomendo:

• Procure o entendimento e, se possível, o consenso. Eleger pontos comuns e alinhar expectativas é diplomacia. Mas - atenção - quando isso trai seus princípios e fere seus valores é falsidade.
• Use o silêncio e o sorriso a seu favor. Quando não puder ou não quiser dizer algo, seja sincero: "prefiro não comentar este assunto agora".
• Quando tiver que falar algo delicado, seja tão gentil quanto possível, mas não seja omisso nem distorça o que vai dizer por eufemismos. Firmeza e doçura podem caminhar juntas.

Da mesma forma, quem faz tudo o que pensa ou que fala, a toda hora e a qualquer um é, no mínimo, um inconveniente. Para que suas atitudes sejam equilibradas com suas palavras, recomendo:

• Saiba o limite do aceitável em suas ações. Pode ser que, por uma razão ou outra, não seja possível ou razoável naquela hora agir: isso é sabedoria. Mas - atenção - quando você faz algo contrário ao que prega é hipocrisia.
• Eleja prioridades. Saiba negociar o que fazer primeiro. Dica: escolha sempre aquilo que tem maior chance de multiplicar o bem. Adiar atitudes por esse motivo é equilíbrio, não omissão.

Com sua mente, seu coração, sua boca e suas mãos trabalhando harmoniosamente, você se sentirá um ser humano mais realizado, mais calmo, mais completo, mais feliz.