Você pode sentir raiva de alguém por uma situação que fira seus princípios, sua educação, seu senso de justiça ou mesmo seu orgulho. Mas isso não é ódio. O ódio está para a raiva como o rio está para a chuva. A chuva pode ser forte e gerar uma queda d'água grande, mas lava e passa. O ódio é água corrente permanente, que vai corroendo sem cessar as margens de nossa própria essência.
Você também ouvirá as pessoas dizerem que o ódio é o sentimento oposto ao amor. Não é. O oposto ao amor é a indiferença. E atenção ao que te digo: não se odeia senão quem é capaz de tocar seu coração. Há um ditado espanhol que diz: "El odio y el amor parientes dicen que son. Aunque tan diferentes, al fin también son parientes el diamante y el carbón". Nada mais verdadeiro.
O ódio é veneno respirado por quem o gera, intoxica o corpo e corrói a alma, cega e amarga a vida. Alguém te decepcionou muito, te traiu os mais profundos sentimentos, abusou do seu amor? Ao menos deixe com que carregue consigo o peso do que fez. É um problema dela com ela mesma, ainda incapaz de entender os mecanismos do bem na vida. Não transfira esse peso a você. O ideal é que busque esquecer. Se possível, perdoe. No futuro, com mais maturidade, reconcilie-se.
De todos os inimigos que você pode ter, só de um você deve ter medo: você mesmo. O ódio te torna inimigo de si mesmo.
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