À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Ante a má-fé

Filho, uma das coisas mais difíceis e desgastantes a uma pessoa honesta é quando tem que lidar com a má-fé.


Quando você puder escolher, afaste-se sem pesar de pessoas mal-intencionadas. Manter voluntariamente relações com gente maliciosa só terá por consequência infelicidade. Sempre.

Algumas vezes, entretanto, isso é impossível, porque as circunstâncias o obrigam (por exemplo, profissionais). Aí é útil conhecer seu jeito de pensar e as armas que usam:
  • a sociabilidade: um traço comum a quase toda pessoa de má-fé é ser altamente agradável (o contrário não é verdade: nem toda pessoa agradável é mal-intencionada). Não se deixe empolgar pela eloquência e ou capacidade social de ninguém.
  • a confiança: ganhar a confiança do de boa-fé é essencial para que ele consiga atingir suas metas. Os bem-intencionados costumam também ter uma visão boa do mundo e tendem a confiar rápido demais nos outros. Controle seu nível de confiança com o tempo de observação das atitudes do outro.
  • a intimidade: é comum que tentem demonstrar intimidade com você, principalmente na frente dos outros, como forma de, com isso, obter um salvo-conduto de suas ações. Não corresponda. Se você não tem intimidade com aquela pessoa, deixe isso claro no mesmo fórum e na mesma hora que ele tentar passar essa impressão, sendo formal ou até frio, se necessário.
  • a bajulação: é traço frequente também entre os maldosos a tendência em bajular. O silêncio, nesses casos, ajuda muito.
  • a informalidade: o malicioso tem pavor de registros, porque deixa rastros de suas ações. Ao detectar comportamento de má-fé proteja-se documentando toda atitude que for depender de ou envolver aquela pessoa.
  • a falsa lógica: é normal tentarem induzir um pensamento lógico falso, seja por uma premissa falsa, por uma relação de causa/consequência inexistente, por uma generalização indevida, por um conceito anacrônico, etc. O melhor caminho é fazer você o caminho lógico repetindo o que ele falou em ordem: "Deixa ver se eu entendi: isso é assim, logo aquilo é assado?". Isso vai evidenciar de imediato qualquer pulo intencional que tenha sido dado.
  • a igualdade: ao verificar que está sendo tratado diferente dos outros, a maldade tenta apelar para o sentimento de igualdade do bem. Você tem a obrigação de não destratar nem ofender ninguém, mas o opcional quem controla é você. Não há nada de errado, em se tratando de boa ou má intenção, em se tratar desigualmente os desiguais.
  • a urgência: normalmente o mal intencionado joga com o tempo, evitando a reflexão por parte dos bem intencionados. É natural, porque diminui a chance de ser desmascarado. Em caso de qualquer dúvida, adie a ação, se possível - se não for possível, redobre sua atenção. Tenha prudência com o que a má-fé te diz ser inadiável.
  • o constrangimento: quando tudo falha, o mau apela para o constrangimento em público para forçar uma situação ou uma decisão. Não se deixe constranger. Seja transparente no mesmo fórum na mesma hora e deixe claro os motivos de você não seguir o caminho tal ou qual.


Por fim, cuidado para não ser injusto. Nem ignorância, nem inexperiência, nem erros são necessariamente má-fé. Você os diferenciará pela disposição sincera que perceber na pessoa em reconhecer o problema de forma completa e se empenhar para resolvê-lo, com transparência e trabalho.

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