Você certamente integrará, desde a escola, algumas sociedades. Até um certo ponto, isso é saudável - permite que você encontre pessoas que têm interesses parecidos com os seus e reforça em você esses pontos que você considera importantes. Mas existe um limite além do qual esse grupo pode ser inútil ou mesmo pernicioso para a comunidade e para você - sua humildade e sua sanidade.
Para ajudar a diagnosticar esse ponto de perigo, deixo a você algumas reflexões em forma de perguntas que você precisará se fazer sempre:
- Como o grupo vê os que não pertencem a ele? Se for de forma inferior ou apenas sectária ou com rótulos, tome cuidado! O descolamento da realidade é sintoma de alienação.
- Como são os processos de entrada/permanência/saída? Ele seleciona as pessoas por algum critério estranho aos seus valores pessoais ou mesmo aos princípios alegados pelo grupo? Se sim, não entre. Se entrou, saia.
- Quanto tempo das reuniões é gasto efetivamente nos objetivos a que se destina o grupo? Se for pouco, considere usar melhor o seu tempo.
- A sociedade tem alcançado resultados úteis à comunidade em geral ou apenas aos seus membros? Se a resposta for "apenas aos membros", lembre-se de que uma organização egoísta tende a formar homens egoístas.
- O grupo trabalha para deixar de ser necessário? Parece uma pergunta estranha, mas pense nela. Os grupos verdadeiramente dedicados à melhora geral normalmente trabalham para que a coletividade alcance um grau em algo que o tornará desnecessário, e isso não o incomoda. Os grupos com tendência dominante ou interesses escusos, ao contrário, trabalham para se tornarem indispensáveis.
Não há problema algum com as "panelas" - elas são até necessárias transitoriamente - mas, lembre-se, filho: elas têm que ter a borda baixa - para que se possa entrar/sair, para que se possa enxergar dentro, para que de dentro não se perca a realidade de fora. Entre uma frigideira e um caldeirão, prefira a primeira.
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