O poder de manipulação de seres treinados para isso pode ser grande e sedutor. Contra ele sempre reinará a calma, a verificação e o olhar mais do alto, já que a ideia é que jamais ninguém levante a cabeça para questionar o sistema em si, apenas detalhes que, para eles, são irrelevantes.
- Qual é o melhor time de futebol? - ao limite da violência. Enquanto isso, cartolas se sentam na mesma mesa e negociam resultados de jogos.
- Qual é a melhor forma de governo? - ao limite da truculência. Enquanto isso, dirigentes políticos comem no mesmo prato com o dinheiro da população.
- Qual é a melhor religião? - ao limite da intolerância. Enquanto isso, dirigentes de muitas delas compartilham as mesmas táticas de dominação sem se importar com seus princípios.
- Qual é o melhor equipamento tecnológico? - ao limite da irracionalidade. Enquanto você vê que, na verdade, a dona das duas ou três marcas aparentemente concorrentes é a mesma.
Como, então, sair dessa corrida que só faz você perder o seu tempo e se voltar para o que de fato interessa? Escolhendo as batalhas que valem a pena serem lutadas. Como?
- Não entre em um debate sem estudar - sozinho - o assunto antes. Não seja massa de manobra.
- Não compre a ideia de ninguém. Não terceirize sua análise crítica.
- Se questione se os lados podem ter um interesse comum. Um bom exercício para fazer isso é: se ETs invadissem agora a Terra, os lados se uniriam? Julgue por aí a importância da luta.
- Ouça sempre o contraditório antes de comprar uma briga. Mesmo que ele te pareça louco.
- A causa da disputa normalmente é (muito) oculta. Não se iluda. Busque a causa da causa e só julgue após visualizá-la de forma clara.
- Analise as consequências práticas. Se elas são pífias - normalmente são -, a luta é inútil.
- Priorize o que tem maior impacto e menos esforço (normalmente para resolver os 80% dos problemas mais críticos, você só precisa de 20% do esforço - essa é uma regra conhecida como Regra da Pareto, embora o próprio Pareto não tenha nada a ver com ela). Comece por aí.
Estar aberto a reconsiderar algo, com sinceridade, se sua causa for justa, só reforçará sua convicção; se não for, ajudará a sair dela mais rápido.
Por fim, entenda que só há dois tipos de pessoas que não mudam de opinião: o muito burro e o muito sábio. E normalmente existe sempre alguém mais sábio do que nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário