Foto "Forms Of Feelings" do artista israelense Mark-Meir Paluksht, 2012.
O homem não é apenas sapiens sapiens (que "sabe que sabe"), é um conjunto muito mais amplo de potências, entre as quais a capacidade de ter sentimentos - e ter consciência de que os tem. É preciso, primeiro, portanto, respeitar e valorizar essa condição tipicamente humana. Um ser humano que decida ser apenas razão é um pássaro de uma só asa: anda bem, mas não voa.
O grande problema, filho, é que a emoção é uma força imensa, muito mal compreendida e muitas vezes, por isso, mal comportada. Ela te salva e te destrói de um segundo a outro se não for domesticada com a temperança. As pessoas têm dificuldade de lidar com o que não conhecem ou, pelo menos, com o que dá trabalho. É por isso que, às vezes, resolvem tentar sufocá-la.
Para que seu coração não seja inimigo de seu cérebro, é preciso integralizá-los: convencer a ambos que trabalham para um mesmo nobre fim. É um serviço de longo prazo, mas muito recompensador. Deixo algumas dicas para você:
- Não tenha vergonha de expressar seus sentimentos, mas não se exponha em demasia. Alguns sentimentos precisam de tratamento interno primeiro antes de saírem para o mundo.
- Permita-se sentir sozinho tanto os sentimentos prazerosos quanto os sofridos. Não tenha medo. Deixe-os fluir no silêncio do recolhimento sem interrompê-los. Passado o ímpeto, eles tomarão uma forma mais suave, como quem cansa de espernear. Aí você poderá ouvi-los melhor.
- Por mais que não tenham sentido para você, nunca trate os sentimentos dos outros como bobagens. Se eles existem e são autênticos, são importantes.
- Evite tomar decisões no calor da emoção. Discipline os sentimentos para que possam ter acesso livre a você, mas "falando" com tranquilidade. Não os deixe ganhar no grito.
No mais, bem-vindo a si mesmo.
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