Para fazer nossa voz soar na vida social, também precisamos de um equipamento, só que psíquico: a "personalidade". Até certo ponto, quando, por cuidado com o outro, respeitamos as regras de tal ou qual comunidade, é saudável vigiarmos nosso falar e agir para que nossas ideias soem de forma respeitosa e, no fim, efetiva. O problema, como sempre, é o exagero.
Quando a máscara toma vida própria, não quer mais se desgrudar do rosto que a carrega. É quando, de tanto representar algo que não é, o ser humano passa a se esquecer o que é. Nesse estágio, a persona só aceita ser substituída por outra, tão falsa quanto a primeira, para que se perpetue, naquele ser agora sem face própria, a dominação do faz-de-conta. Você se assustará como isso é, infelizmente, comum, meu filho. Por isso, te peço:
- Seja honesto consigo mesmo sempre sobre seus defeitos e qualidades.
- Respeite os outros, mas antes respeite a si próprio: seus princípios, seus valores.
- Tome 1 minuto por dia, escolha um acontecimento e se veja de fora.
- Dê atenção quando quem convive contigo te alertar que você está mudando.
- Junte seus amigos de infância de vez em quando e, nesses encontros, ouça-se.
Em suma, use sempre o espelho da consciência para não esquecer o seu rosto, filho. Quando chegar a hora de deixar o palco da vida, as máscaras devem ficar no camarim.
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