À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

O número 3 e as trindades

Filho, pesquisas demonstraram que já na pré-história, em 2.500 a.C., na China, usava-se como base para diversos artefatos o tripé em metal. O homem cedo descobriu que um suporte para ser robusto e até viável precisa possuir, no mínimo, três pontos de apoio. Este aí embaixo é um suporte de mesa medieval que é fabricado até os dias de hoje.


O número 3, ficou, por esse motivo, associado à ideia de suporte, equilíbrio, fundamento, de princípio. As principais religiões antigas estabeleceram, então, que o Universo, para ter base equilibrada, teria que ser regido por uma tríade, um "conselho de três deuses principais" (como os egípcios, os babilônicos, os gregos, os celtas e os persas), ou "três manifestações de um deus inacessível aos homens" (como os hindus, com Brahma, Shiva e Vishnu) ou, ainda, "três pessoas de um único deus" (como os católicos e protestantes, com Pai, Filho e Espírito Santo). Um estudo comparativo mostra que ninguém inventou nada - todas essas tradições derivam umas das outras, mas com a figura da trindade mantida.

O mais interessante, filho, é que, em todas elas, seus componentes cumprem um papel determinado (normalmente são os mesmos papeis). No caso da antiga Trimúrti hindu, Brahma é o Criador, Vishnu, o Preservador e Shiva, o Destruidor ou Transformador. Não por acaso, a trindade católica tem rigorosamente a mesma configuração. Isso porque, por trás dos dogmas religiosos e do misticismo há a vida prática: e nela, esses são os três impulsos do progresso: criação, preservação e destruição, independentemente de você acreditar ou não em alguma divindade ou trindade.

É na conjugação equilibrada da trindade funcional que reside o segredo da sobrevivência das coletividades e da realização pessoal. Procure identificar, conhecer e trabalhar essas forças dentro de você para que o seu motor de progresso interno funcione perfeitamente.
  • A criação é o que abre caminhos, o que inventa, o que inicia, o que cria, o que vê diferente, o que concebe. Quem tem essa força muito superior às outras é uma fonte constante de criatividade, de boas ideias, de iniciativas, mas sem "acabativas". Seus projetos normalmente são começados e abandonados para darem lugar a outros, mais novos, mas que também ficarão esquecidos.
  • A preservação é o garante a continuidade, a maturidade, a integração, a experiência. Se houver desequilíbrio e essa potência for muito maior do que as outras, está pavimentado o caminho do aprofundamento na busca da perfeição infinita, inalcançável, logo com estagnação e até burocracia.
  • A destruição é o que transforma: usa as energias daquilo que já se encaminha para seu ocaso para dar novo corpo a novas realizações. Se, por um lado, exercita o desapego, seu excesso pode descaracterizar as atitudes, buscando a transformação constante fora do tempo certo, provocando nos projetos a morte prematura e, portanto, sem colheita.

Em tudo, filho, busque o equilíbrio. Não tenha medo de usar essas potencialidades "divinas" em você, mas lembre-se de equilibrá-las no tripé sobre o qual você se sustentará: criando, preservando e transformando, na medida e no tempo certos. Quais são? Infelizmente isso não posso te ensinar: dependerá de sua sensibilidade caso a caso. Bom trabalho!



Nenhum comentário:

Postar um comentário