À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


terça-feira, 8 de setembro de 2015

Ódio

Filho, tenha cuidado quando ouvir e, principalmente, disser que "odeia" alguma coisa ou alguém.


Você pode sentir raiva de alguém por uma situação que fira seus princípios, sua educação, seu senso de justiça ou mesmo seu orgulho. Mas isso não é ódio. O ódio está para a raiva como o rio está para a chuva. A chuva pode ser forte e gerar uma queda d'água grande, mas lava e passa. O ódio é água corrente permanente, que vai corroendo sem cessar as margens de nossa própria essência.

Você também ouvirá as pessoas dizerem que o ódio é o sentimento oposto ao amor. Não é. O oposto ao amor é a indiferença. E atenção ao que te digo: não se odeia senão quem é capaz de tocar seu coração. Há um ditado espanhol que diz: "El odio y el amor parientes dicen que son. Aunque tan diferentes, al fin también son parientes el diamante y el carbón". Nada mais verdadeiro.

O ódio é veneno respirado por quem o gera, intoxica o corpo e corrói a alma, cega e amarga a vida. Alguém te decepcionou muito, te traiu os mais profundos sentimentos, abusou do seu amor? Ao menos deixe com que carregue consigo o peso do que fez. É um problema dela com ela mesma, ainda incapaz de entender os mecanismos do bem na vida. Não transfira esse peso a você. O ideal é que busque esquecer. Se possível, perdoe. No futuro, com mais maturidade, reconcilie-se.

De todos os inimigos que você pode ter, só de um você deve ter medo: você mesmo. O ódio te torna inimigo de si mesmo.

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