À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Namoro: a aproximação

Meu filho, namorar é uma parte importante da vida. O relacionamento é uma arma poderosa, como tudo o que mexe com o nosso indomado emocional. Não é bom nem mau em princípio: são as suas atividades, as suas posturas, as suas intenções, a sua atenção que farão dele ou um ato prazeroso e benéfico ou torturante e destruidor. A escolha é sua.


Vou escrever algumas coisas sobre o namoro. Vou dividir para que não fiquem grandes para você. Hoje falaremos da aproximação.

É muito melhor começar certo do que tentar endireitar o que começou torto. O que isso significa? Que quanto mais recheada de espontaneidade for essa primeira abordagem, maior a chance de você conseguir selecionar, desde o início, alguém que combine com você e possa somar na sua vida.

Com base na minha experiência (segundo sua mãe, "vastíssima" ...), eu deixo a você os seguintes conselhos gerais sobre esse approach:
  • O ambiente seleciona as pessoas. A chance de encontrar alguém interessado em arte em um museu é muito maior do que em um bar.
  • Os amigos falam muito sobre os interesses e, às vezes, até sobre os valores das pessoas. Diz o ditado popular: "diga-me com quem andas e te direi quem és", que, em geral, é verdadeiro.
  • Leia coisas interessantes da atualidade e crie suas próprias conclusões. É importante saber um pouco sobre cada assunto, com algum toque pessoal, para engatar uma conversa.
  • "O tipo de isca determina o tipo de peixe", dizem os pescadores. A forma de você se apresentar (fisicamente, intelectualmente, emocionalmente, socialmente) é a referência que está escolhendo usar. Mostrar algo que você não é trará alguém que você não quer.
  • Observe e veja o que o seu segundo impulso vai dizer. O primeiro geralmente é mais visceral, o segundo um pouco (às vezes bem pouco) mais lúcido.
  • Faça-a falar (por meio de perguntas discretas) e interesse-se pelo que ela diz, mas não deixe claro que você está interessado nela. O início da dança precisa ter um componente de dúvida.
  • Por falar em dança, se puder aprenda a dançar alguma coisa. Além de ser divertido, permite uma cumplicidade física que pode se desdobrar para uma outra emocional.
  • Use o humor e a provocação intelectual, mas com moderação. O exagero o rotulará como bobo.
  • Quando encontrar um assunto em comum que faça brilhar os olhos, o prolongue um pouco mais. Será um teste para saber se o interesse comum é genuíno.
  • A linguagem mais importante é a não verbal. Aprenda a ler os sinais sutis do desejo. A falha em lê-los ou a interpretação errada deles pode fazer com que perca oportunidades e, por outro lado, tenha decepções. O corpo fala muito mais do que a boca. Aguce seus sentidos.
  • A surpresa criativa pode ser uma arma mortal. Use, mas não abuse.
  • Nunca se aproveite da fragilidade alheia. Nunca. Ponto.
  • Seja respeitoso. A dança precisa ser gradual. Saiba reconhecer o "não" e se retirar com dignidade, se for o caso, sem mágoas. As pessoas têm o direito de escolher com quem querem conversar, sair, namorar. Em hipótese alguma seja agressivo, nem fisicamente, nem intelectualmente, nem emocionalmente. Em hipótese alguma.

Por fim, nada disso é absoluto - a experiência precisa ser sua. Lance-se na aventura do flerte sadio, da paquera alegre, e você terá muitas histórias boas - ou, pelo menos engraçadas - para contar aos meus netos.

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