À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


terça-feira, 20 de setembro de 2016

Decisão: Sim? Não. Não? Sim.

Meu filho, não se engane, não existe caminho bom ou caminho mau na vida. Existem escolhas. A qualidade da sua escolha está ligada ao conhecimento com que você a faz, à consciência que tem no momento de decidir, ao timing em que age e, acima de tudo isso e principalmente, à intenção com que você a preenche, que te dá uma visão do futuro.

 

Em toda bifurcação, quando você diz "sim" a um caminho, diz "não" a outro. Quando diz "não" a um, diz "sim" a outro. A resposta da Vida às vezes é "não" quando você pergunta "sim?" e "sim" quando você pergunta "não?" não para desencorajá-lo, mas para que você se lembre que é preciso sempre sacrificar algo a fim de obter outro algo. Não tente se enganar nem se deixe enganar quando só vir em uma estrada vantagens e na outra desvantagens - você está cego. Use o "talvez": pare, analise, sinta, projete, até que tenha maior clareza no que ganha e no que perde em cada um deles. "Talvez" é tempo. Use-o com sabedoria.

Mas não tente adiar sempre suas escolhas. Inércia demasiada também é decisão - normalmente a menos vantajosa delas. Quando se opta por não se optar por nada, delega-se para terceiros a rota do seu próprio futuro, o que é sempre temerário. A covardia em decidir cobra seu preço rápido e ele não costuma ser baixo.

As pessoas normalmente querem a soma das vantagens dos dois caminhos divergentes. Criam para si um cenário em que podem desfrutar de todos os bônus e não ter nenhum ônus. São como um carro que sobe na grama porque não soube optar pela estrada à esquerda ou à direita: se danifica, retarda sua chegada e passa por maus bocados.

As piores escolhas são entre dois caminhos bons. Quando um deles é flagrantemente pior, a escolha já está previamente posta. Mas e quando você tem a oportunidade de optar pelo bom e pelo bom? Ou entre o bom certo ou pelo extraordinário com risco? É o momento de trazer à decisão dois componentes vitais: a consciência e o coração.

A consciência te situará em frente à dúvida de cabeça erguida. Ela só funciona com absoluta honestidade consigo mesmo, sem preconceitos e premissas preestabelecidas. Ter um momento de presença consciencial não é algo trivial. Exige treinamento. Experimente ter ou imaginar um espelho em frente a você. Fite-o pensando no problema. Percorra mentalmente o caminho A e se observe - sua reação, sua face, sua felicidade; faça o mesmo com o caminho B. Veja qual dos dois se parece mais com quem você sonha em ser e faça sua escolha.

O coração é seu aliado. Ele normalmente é assaltado, subjugado e vilipendiado pelo frio cérebro. Dê a ele a chance de votar internamente. Mesmo pelo que seja ilógico. Leve seu voto em consideração. Por incrível que pareça, ele acerta mais do que o alegado campeão cerebral porque tem menos medo, está mais disposto a correr riscos e os valores externos não lhe pesam tanto.

Quando começar sua estrada escolhida, meu filho, olhe para a outra que deixou de seguir, a abençoe e agradeça a oportunidade de ter podido optar. Pode ser que ela venha a lhe encontrar na frente. Ou pode ser que não a veja mais. Quando a perder de vista, a esqueça. Sua vida será composta pelos caminhos que optou por percorrer e não o contrário.

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