À guisa de introdução


Este é um espaço de coleção de pensamentos para meu filho Antonio.

Categorizei as postagens por fase da vida em que imagino que serão úteis a ele, divididas em períodos de 7 anos. Assim, onde estiver marcado "1setenio" são para de 0 a 7 anos, "2setenio" para 7 a 14, e assim por diante.


terça-feira, 27 de setembro de 2016

Mão e corrimão

Filho, quando você quer subir uma escada, lança sua mão sobre o corrimão para que te impulsione. É um gesto nobre, necessário, alinhado com seu caminho, com seu progresso. Para isso serve a mão e o corrimão e, neste caso, a interação entre eles é perfeita. Você continua e não tira a mão do corrimão. O corpo sobe os degraus e a mão, que o ajudou a subir, se converte em âncora a impedir-lhe o passo.


Na vida também é assim: a todo instante você está lançando apoios na direção do seu futuro, por suas iniciativas, por suas necessidades, por seus sonhos, por suas visões e esse toque te conecta com coisas, situações ou pessoas. Quando essa mão bendita encontra um corrimão firme, se apoia e desperta em você a segurança de caminhar. O tempo passa e o corpo precisa continuar em frente, mas a mão não se mexe presa à velha marca. Sua mão amiga, antiga alavanca de progresso, tão boa e útil, acomodou-se ao local quente no corrimão e passa a ser o que começa a a te prender no passado.

Sinta, filho, quando essa situação chegar. Nessa hora, lembre-se do tempo passado em que você precisou lançar, no nada, a mão à frente. Lembre-se de sua coragem em estar no vazio por alguns segundos para poder subir. A mão é a mesma, o corrimão é o mesmo, mas você não é. Volte, com respeito, um olhar agradecido à mão e ao corrimão pelo enorme bem que te fizeram, mas informe-lhes que é imperioso seguir.

E largue. Sem medo. Nada tema. Deixe que, novamente, sua mão viaje no vácuo, comprometida com sua ascensão, com seu futuro. Quando encontrar outro corrimão, ele estará gelado ainda, você sentirá o choque, não será fácil, mas prossiga. E, desta vez, convide sua mão a caminhar contigo, deslizando pelo corrimão, mantendo, além da firmeza, a cumplicidade, para que você não precise soltá-la novamente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário